quarta-feira, 6 de abril de 2016

O estudo "Oeiras 2030" e a evolução do perfil económico-social do Município de Oeiras

No "Estudo Estratégico para o Desenvolvimento Económico e Competitividade Territorial do Concelho de Oeiras" realizado, em 2009, pela firma de consultores "Augusto Mateus & Associados" avançavam-se alguns indicadores significativos do Município de Oeiras e que lhe definiam um perfil com características claras de desenvolvimento: “O tecido empresarial de Oeiras é bem menos atomizado do que as médias nacionais, e é nos seus parques empresariais (nomeadamente, no Lagoas Parque e no Tagus Parque) e nos espaços industriais (nas zonas de Queluz de Baixo e de Carnaxide) que se encontram as grandes empresas que fazem de Oeiras o segundo concelho da AML (depois de Lisboa) com maior percentagem de estabelecimentos com 250 ou mais empregados. “ (página 27). 

Actualmente, apesar de só existirem dados relativos a 2013, Oeiras deverá continuar a manter aquela posição relativa. Contudo, entre 2009 (data do relatório) e 2013, o Município viu passar de 68 para 58 as empresas com mais de 250 trabalhadores perdendo, assim, cerca de 15% de empresas de grande dimensão. Segundo aquele estudo da "Augusto Mateus & Associados", (página 32) “A densidade da estrutura económica e empresarial de Oeiras, tendeu a reforçar-se entre 1998 e 2004. Em termos absolutos, esta tendência fica patente num ritmo médio de crescimento do número de empresas, estabelecimentos e postos de trabalho: respectivamente 3,5%/ano, 3,0%/ano e 3,7%/ano”.
Pela nossa análise por nós realizada (ver "Requisitos para um ambiente favorável à atividade dos MPME de Oeiras") e partindo dos dados disponíveis na base de dados da PORDATA, em 2009 ter-se-á invertido a tendência de crescimento tendo-se, entre 2009 e 2013, reduzido de 24.982 para 21.258 o número total de empresas existentes no Município. Isto é, em 4 anos o Município perdeu 3.750 empresas, na sua grande maioria micro empresas mas com significativo peso do emprego (no período em análise foram sacrificados 2.640 postos de trabalho).
Ora esta constatação e a avaliação sobre as acções que será necessário empreender para fazer inverter a situação parece não estarem suficientemente contempladas em estudos recentes, designadamente no trabalho "Oeiras 2030", com a agravante deste não fazer qualquer referência ao predomínio de PMES e, de alguma forma, se distanciar das linhas de força que o trabalho realizado anteriormente pela equipa do Prof. Augusto Mateus apontavam. Certos de que esta primeira abordagem requer aprofundamento, voltaremos à questão em data próxima.
Sobre a lacuna, fica desde já o alerta.



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