CONSELHO DE MINISTROS DECIDE NO SENTIDO ERRADO
O Governo, através do Senhor Primeiro-Ministro, no passado sábado, anunciou um conjunto
de medidas sanitárias, de saúde pública, contra a epidemia de Covid 19, que terão implicações
muito graves em algumas actividades económicas, designadamente no comércio, na
restauração, nas feiras e mercados, entre outras.
Tem vindo a ser prática do Governo tomar medidas sempre insuficientes e muitas das que
toma sem o fundamento e a transparência que a situação exige.
O Governo publica decretos-lei, portarias e despachos em catadupa, altera decisões da
Assembleia da República - como foram os casos do Pagamento por Conta (PPC) e apoio aos
Sócios Gerentes com carreira contributiva para a Segurança Social - sem que tome as medidas
que se impõem e que a gravidade da situação exige. Sendo certo que, relativamente ao PPC
em Dezembro criará a milhares de MPME graves problemas de tesouraria.
As propostas que, desde março, a CPPME vem apresentando, ou são ignoradas, ou são
adiadas. Na proposta de Orçamento de Estado para 2021, o Governo insiste na mesma linha de
ignorar o óbvio.
A medida do Governo, de proibir as Feiras e os Mercados de Levante (ao ar livre) não só é
incompreensível, como não se compagina com a abertura, por todo o país, das Grandes
Superfícies (em espaços fechados), onde se aglomeram centenas de pessoas sem o mínimo de
respeito pelas regras da Direcção Geral de Saúde (DGS).
As Feiras e os Mercados de Levante são realizados por micro e pequenos empresários que se
levantam de madrugada e retiram ao fim do dia. Animam economicamente as Vilas e as
Cidades. Estas Feiras e Mercados têm lugar em praças, em ruas largas e outros espaços
municipais, sempre em espaços abertos, onde vendem, sobretudo, produtos da terra.
A CPPME, enquanto concorda com o respeito pelas regras sanitárias definidas pela DGS, não
concorda com estas medidas governamentais, porque não só manifestam alguma
desproporcionalidade, como não são suficientemente fundamentadas.
Assim a CPPME:
2. Por outro lado, tendo a CPPME um pedido de Audiência a Sua Excelência o Presidente da República, não deixará de lhe transmitir as suas preocupações nesta matéria.
Seixal, 2 de novembro de 2020
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