Quintino Aguiar e Adelaide Filipe (direção da CPPME) durante a 5ª Ciem |
Este é o último dos três textos que a Comissão Instaladora do Núcleo
de Oeiras da Confederação Portuguesa dos Micro, Pequenos e Médios
Empresários traz a esta página (ver parte I e parte II), como balanço do
que, em nossa visão, foi esta Ciem 2015.
Aqui se reproduz o
ambiente geral em que decorreu a conferência (ver vídeo) e não
queremos encerrar estes apontamentos sem deixar de voltar a referir a
importância do trabalho apresentado por Henrique Graça e Adão Flores
(Universidade do Algarve) e por nós já considerado exemplar: "A Problemática do Ecossistema Empreendedor - O Caso do Concelho de Lagos".
Reforçamos
a ideia de que a metodologia seguida nesse trabalho poderia ser
replicada em outros concelhos, nomeadamente no de Oeiras. Esse
trabalho (que viria a receber o 3º prémio), pode ser lido na integra aqui, e dele transcrevemos, da
introdução:
«A Câmara Municipal de Lagos (CML) lançou em 2013 o serviço Via Verde Empresarial como estímulo ao empreendedorismo, com os objetivos de atrair investimento e agilizar os seus procedimentos internos sobre novos projetos empresariais para o concelho. Isto fez-nos pensar se não se deve ir mais além e incentivar-se um capital nutritivo, do qual possa emergir uma dinâmica social, traduzida num ecossistema empreendedor (EE), holístico, com interação multidimensional e participativa dos diversos atores».
Desenvolvendo um
conjunto de etapas e uma metodologia adequada foi possível, após situar
que o principal vetor de orientação se situava no cluster do turismo,
consensualizar um conjunto de eixos e medidas que deverão orientar as
ações futuras (ver tabela).
Estas
ações deverão levar em conta um conjunto de pontos-fracos e ameaças que
o trabalho apresentado também refere e que se encontram sintetizadas
nas conclusões:
«As dinâmicas empreendedoras são marcadas por condicionantes de base para a implementação de um EE, as quais urge desmontar e reformular. A relação com sistemas mais amplos exteriores ao contexto local e a cristalização de posições enraizada nos atores e os baixos índices de uma cultura empreendedora e de inovação pressupõem um prazo alongado para a vitalidade do EE. Por outro lado, a relação de desconfiança mútua entre atores (privado/privado e público/privado) é óbice a uma dinâmica positiva. Este aspeto tem consequências ao nível das redes empreendedoras, no clima de confiança necessário à fluidez de inter-relações e no desempenho e governança do EE. Este trabalho de investigação trouxe uma nova temática para a ribalta comunitária e sensibilizou os diferentes atores para a urgência empreendedora. Os stakeholders declararam abertura e disponibilidade para enveredarem pela mudança.A partir deste estudo existem algumas manifestações de uma nova dinâmica e alguma consciencialização comunitária, designadamente, a introdução do empreendedorismo nos projetos escolares de um dos agrupamentos, a intenção de alargamento das competências do serviço Via Verde Empresarial e a perspetiva de criação de um espaço de coworking/incubação, através de uma parceria público/privada. No futuro julga-se importante aprofundar este estudo de modo a: compreender-se as dificuldades de relação e de cooperação entre atores; entender-se a ação e o suporte ao empreendedorismo das associações empresariais no contexto local; questionar-se o papel do ensino na valorização da criatividade, da ação e do conhecimento tácito e endógeno do concelho; indagar-se as possíveis estratégias de gestão municipal na dinamização do EE; estudar-se a governança do EE local e os conflitos de interesses públicos e privados; analisar-se a articulação entre o EE local e os sistemas empreendedores regionais e nacionais.»
Os autores, recebendo o prémio
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