Exmo Senhor
Primeiro-Ministro de Portugal A CPPME tomou conhecimento que, em Abril de 2016, o governo português e algumas das grandes empresas que operam em Portugal iniciaram um processo que tinha como objectivo global criar uma estratégia capaz de suportar programas e projectos dirigidos para a digitalização integrada da produção industrial nacional.
Foram então constituídos grupos de trabalho específicos de natureza sectorial e por clusters
de actividade com o objectivo de elaborarem recomendações a serem tidas
em conta na criação da estratégia nacional para a indústria 4.0. A
supervisão e a coordenação destes grupos terá ficado a cargo do
denominado Comité Estratégico para a Iniciativa Indústria 4.0 que incorporou 8 grandes empresas (nenhuma nacional), 5 entidades públicas e 3 associações.
Embora
reúna cerca de vinte mil micro, pequeno e médios empresários nacionais,
dos quais cerca de um terço estão ligados a actividades industriais, a
CPPME teve conhecimento do início deste processo unicamente pelos orgãos
de comunicação social, já que não está no hábito do poder em Portugal
envolver os mais pequenos, nem sob o ponto de vista informativo, nas
acções e nos processos com grandes impactos previsíveis na vida
nacional. Pensamos que já é tempo, a bem de todos, que as coisas se
alterem a este nível.
Também
tomámos conhecimento pelos orgãos de comunicação que em 30 de Janeiro
último foi feita a apresentação da ESTRATÉGIA NACIONAL PARA A INDÚSTRIA
4.0. Na apresentação desta estratégia foram referidas 60 medidaspúblicas e privadas que terão impactos em mais de 50 mil empresas.
A
CPPME lamenta que tenha sido pura e simplesmente ignorada em todo este
processo, mas também considera que ainda é tempo do governo alterar o
comportamento descriminatório em relação a esta Confederação e aos seus
representados, rompendo com rotinas e maus hábitos, de forma a potenciar
os resultados esperados e salvaguar os interesses nacionais numa
matéria tão sensível e de resultados tão relevantes quanto imprevisíveis
para todos os portugueses.
Porque
acreditamos na boa fé e nos propósitos que norteiam o actual governo,
julgamos que será de mútuo interesse que o governo que V. Exª
superiormente dirige passe a ouvir a Confederação Portuguesa dos Micro,
Pequenos e Médios Empresários e, a contar com os seus contributos e
propostas em defesa dos MPME que, na realidade, são mais de 96% do
tecido empresarial português, não financeiro.
É com expectativa e esperança que aguardamos sinais do «tempo novo», por parte de Vossa Excelência e do seu Governo.
Somos com consideração e estima.
Seixal, 31 de Março de 2017
A Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas
Ministro da Economia
Secretário de Estado da Indústria
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