Em
conformidade com o programa de acção da Confederação Portuguesa das
Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME), o Núcleo de Cascais, no
âmbito das suas
deliberações de direcção, levou a efeito no dia 28 de Janeiro de 2018,
um Encontro/Debate entre empresários, associados e activistas, visando
auscultar opiniões sobre
o actual momento do mercado interno e externo, bem como as condições de
sustentabilidade das micro e pequenas empresas, colocando como principal
temática "O OE para 2018 e os reflexos deste nas atividades económicas".
O
Presidente
do Núcleo de Cascais, José Rodrigues, abriu o encontro com as boas
vindas e apresentação
da mesa, constituída para além de si pelos presidentes dos Núcleos de
Oeiras e
de Sintra, respectivamente Rogério Pereira e António Damasceno, pelo
dirigente executivo da CPPME, Quintino Aguiar e, pelo convidado, Dr.
José Lourenço, economista, agradecendo ter aceitado introduzir o tema,
passando de
seguida a palavra ao dirigente executivo da CPPME, para a
moderação do debate.
Definidos os
termos para as intervenções no debate, o moderador deu a palavra ao orador
convidado, que referiu as várias vertentes do OE com reflexos nas micro e
pequenas empresas e as consequências deste, nomeadamente:
- No ambiente
económico e social;
- Na
fiscalidade;
- No crédito
bancário;
- Nos fundos
comunitários;
- No
investimento público e privado.
Tendo também
feito referência à resolução aprovada na AR no dia 21 de dezembro de 2017, por
proposta do Grupo Parlamentar do PCP, sem votos contra, que contém 8 recomendações ao Governo, inseridas num "Programa de desburocratização e apoio
às MPME" (ver noticia aqui).
Aberto pelo
moderador o debate, após várias opiniões e pedidos de esclarecimento, ficou
referenciado que para as micro e pequenas empresas o OE para 2018 diretamente
traz muito pouco, não combatendo a discriminação negativa que existe sobre
estas, ficando claro, na opinião dos intervenientes, que a tributação fiscal
não deve assentar em métodos indiciários e tributações autónomas, mas sim no
principio constitucional, que no artigo 104, nº 3 da CRP, diz que a tributação
deve incidir sobre o rendimento real das empresas.
Ficou também
claro que os benefícios para as atividades das MPME vindos do OE, poderão
existir de forma indirecta, por via da melhoria dos salários e pensões,
aumentando o poder de compra e logo o consumo, favorecendo o movimento do
mercado interno com reflexos positivos para as carteiras de encomendas e vendas
das MPME.
Do debate
salienta-se ainda o sentimento da existência de muitas dificuldades de acesso a
candidaturas de apoio, que deixam à partida de fora os que mais necessitam de a
elas aderir. Podem até ter bons projectos e boas carteiras de eventuais
encomendas, mas existindo incidentes bancários, falhas de pagamento ao fisco ou
à segurança social, a exclusão é certa. Nesta área das candidaturas ficou
também claro para os presentes ser inadmissível que o Estado entregue a
entidades privadas, nomeadamente à multinacional Deloit, a selecção e decisão
sobre a aceitação das candidaturas que forem presentes no âmbito do programa Portugal 2020.
Relativamente
às 8 propostas de recomendação ao Governo, os presentes, nas suas intervenções,
consideraram ser elas muito importantes para as MPME e para o desenvolvimento
económico e social, recomendando que a CPPME as tenha sempre presentes,
exigindo do Governo e dos partidos a sua concretização.
O moderador,
em nome da direcção da CPPME, garantiu que estas e outras propostas constantes
dos seus documentos, tais como o IMI do imobiliário comercial, o PEC, o IRS/RS,
a lei das rendas e o IVA de caixa serão sempre uma constante reclamação.
Encerrou o evento o Presidente da Direcção do Núcleo de Cascais da CPPME, com os agradecimentos à participação
dos presentes no debate.