quinta-feira, 19 de julho de 2018

O Futuro do Centro Histórico de Oeiras


Na sequência da apresentação, em 21 de Abril, pelo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Oeiras, das linhas gerais do projecto para a regeneração do Centro Histórico de Oeiras, decidiu a CPPME Oeiras desenvolver uma campanha de auscultação ao comércio local, por contacto direto com dezenas de proprietários dos estabelecimentos comerciais, durante a segunda quinzena de junho, que culminou numa sessão realizada nas instalações dos Bombeiros Voluntários de Oeiras, no passado dia 7 de julho.

No dia 12, remeteu a CPPME Oeiras ao Presidente da COMISSÃO DA ECONOMIA, FINANÇAS E SETOR EMPRESARIAL LOCAL  carta solicitando audiência para poder  levar àquela Comissão, eleita na Assembleia Municipal de Oeiras, os vários contributos e apreensões que resultaram da campanha de auscultação, uns que deverão ser colocados a poderes de decisão ao nível do Governo e da Assembleia da República e outros que caberão à autarquia, nomeadamente:
  • Restrições aos horários praticados pelas grandes superfícies, pelo encerramento aos domingos; 
  • Suspender a aplicação da atual lei do arrendamento travando de imediato a vaga de despejos e encerramentos forçados de estabelecimentos; 
  •  Diminuir o VPT (valor patrimonial tributário) do pequeno imobiliário comercial e de serviços anulando majorações dos coeficientes de apuramento que colocam o valor deste num patamar superior ao real do mercado com custos agravados para as atividades em sede de IMT e IMI; 
  • Desburocratizar e aliviar os custos dos processos de licenciamento a apresentar pelos estabelecimentos junto da CM; 
  •  Revisão da legislação que permite a oferta gratuita de parqueamento em espaço privado mas de uso público.
Nestes domínios, tais contributos coincidem com diligências e iniciativas que a Direção da Confederação vem já realizando junto do Governo e da Assembleia da República e que fará agenda para as audições já solicitadas ao Primeiro-ministro e ao Presidente da República. 

Sobre o Projeto apresentado, em 21 de Abril, pelo Senhor Presidente da Câmara:
  • Um dos problemas colocados recorrentemente tem a ver com a degradação do edificado, com os prédios total ou parcialmente desabitados, designadamente naqueles em que se situam estabelecimentos. Neste domínio ignora-se se o município está a considerar, para além do “Programa Habitação Jovem – Renda Baixa”, outras medidas que fixem os atuais residentes e que simultaneamente tragam para Oeiras mais população, nomeadamente: 
> No âmbito do IFFRU 2020, o Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas, programa comunitário que viu a dotação inicial aumentada em final de março de 2018 para 200 milhões de euros;
 > No âmbito da aplicação da legislação em vigor no que se refere à imposição de obras coercivas, salvaguardando-se os interesses dos atuais inquilinos e a prática de rendas acessíveis para quem se pretenda fixar.
  • Foi positivamente comentado o fato de o projeto apresentado ser anunciado com preocupação de ser desenvolvido com cuidados de integração de todas as suas componentes, designadamente que o principal objetivo centrado na oferta turística tendo como vetores o património histórico e a figura do Marquês de Pombal venha a ser compatibilizado com outro perfil de visitantes, designadamente de investigadores e bolseiros, que com frequência permanecem em Oeiras, decorrente das atividades regulares do ITQB – Instituto de Tecnologia Química e Biológica e do IGC-Instituto Gulbenkian de Ciência. Neste contexto fará todo o sentido a construção de uma unidade hoteleira, para além da anunciada recuperação do Palacete da Quinta dos Sete Castelos para residência de investigadores estrangeiro;
  • Foi positivamente comentada a medida de criação de uma grande área de estacionamento, numa praça a implantar nos terrenos da Misericórdia de Oeiras (ver imagem ao lado). Contudo, o projeto deverá manter algumas outras áreas de estacionamento. São requeridas tarifas que assegurem uma rotatividade no parqueamento de forma equilibrada com o parqueamento gratuito por tempo limitado. Por exemplo, os primeiros 90 minutos seriam gratuitos;
  • Foi positivamente comentado o projeto de se criar uma via alternativa a quem usa o eixo das Ruas Marquês do Pombal-Cândido dos Reis como mero atravessamento da vila. Foram unanimes os comentários contra o encerramento de ruas. Cada rua encerrada é uma barreira à mobilidade;
  • Foi considerado positivo que a reconversão do mercado e do quartel do Bombeiros Voluntários de Oeiras seja direcionada para a instalação de start-ups e serviços em vez de se multiplicarem unidades de restauração dentro do modelo implantado no mercado de Algés. Reclamada a instalação de uma Loja do Cidadão;
  •  Por fim, foi dada nota de destaque no sentido de se evitarem iniciativas de cultura espetáculo ou o licenciamento de espaços que prolonguem a noite, para além do necessário sossego. Pretende-se, nem cemitério nem arraial ao estilo do Bairro Alto.

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